quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

A Cruz do Fidalgo - Lagoa Santa - MG


Uma cruz de madeira, solitária, no meio do pasto, pode contar os primórdios da historia das "Minas Gerais". Na historia que ela guarda tem aventura, amizade, traição e morte.  Assim, abandonada, somente a tradição popular e o empenho dos moradores mantem a memória do local e sua história:

Conta a nossa história que Borba Gato um dos nossos mais famosos bandeirantes, matou o Fidalgo D. Rodrigo por causa das "esmeraldas" encontradas pelo seu sogro Fernão Dias.

Segundo a tradição, no local onde o Fidalgo Dom Rodrigo morreu, foi colocada esta cruz para marcar o local da tragédia.

 Para localiza lá você terá de conhecer alguém no "Sangradouro" - Distrito da Lapinha - Lagoa Santa - MG para te mostrar o local exato.  .

Na região diversas festas são realizadas  e o "Candombe" e o  "Congado" são uma das  manifestações mais expressivas do município tendo sua origem na antiga Fazenda do Fidalgo e Capela de Santana, esta construída nas primeiras décadas do século XVIII. 

"Segundo as anotações e reflexões do Capitão David Alves acerca da origem e continuidade do candombe da Lapinha, a partir das informações que ele colheu com “Dona Patrocina”, candombeira e matriarca da comunidade, o Candombe, tambu maior (Santana), tem aproximadamente 250 anos, pertencente à senzala da fazenda do Fidalgo, hoje município de Lagoa Santa”(1).


O Canto abaixo é um dos cantos do Capitão do Candombe da Comunidade do Fidalgo (2)

Canto 38

Deus vos salve santa cruz
 Que estais no campo aberto (Bis)
Consolais as nossa alma
Confirmais a nossa fé (Bis)

Ê, ê, ê Ô, ô, ô







Capela de Santana - Fazenda do Fidalgo 



1)(1) Texto retirado da tese apresentada ao programa de pós-graduaçao em Letras de Ridalvo Felix de Araujo - Candombe Mineiro. 
(  (2) Canto 38, proferido pelo Capitão do Candombe da Comunidade do Fidalgo João Nestor da Fonseca, durante o ritual de abertura do Candombe da Lapinha. Nesse último verso "consolais as nossa alma", reflete a prática comum de se realizar nas linguas bantus o plural dos nomes somente por meio do prefixos.

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