domingo, 25 de agosto de 2019

Capelinhas Esquecidas



Já se passaram muitos anos, muitos! Trinta? Quarenta?  Sessenta?
 Mais talvez?
Eu Não sei!
Só sei que no passado nesta região onde hoje existe o bairro conhecido como “Pinheirinho do Urbanova” ou Estrada do Pinheirinho existiu a antiga Fazenda do Poço e, os antigos “piraquaras” que moravam por ali. Eles construíram diversas capelinhas, todas espalhadas na região.
Eram tantas capelinhas que sempre tinha alguma festa em uma delas.
Dai chegaram as cavas de areias e uma universidade e quase todas se acabaram... Desapareceram.
Hoje só restam duas: A antiga Capelinha do Nhô Carmo que o seu Zequinha toma conta com muito zelo e carinho e as ruinas da Capela de São Roque que está no terreno da Universidade, bem atrás da imponente “Capela de Nossa Senhora do Amor Divino” onde luxuosos casamentos são celebrados e comemorados. E ninguém mais lembra das pequenas capelinhas... Ninguém repara em nenhuma delas... Tão simplesinhas... Mas com tantas historia para contar, muita tradição para descobrir.
Na pequena Capela da Santa Cruz que o seu Zequinha cuida com todo carinho, todo mês de maio tem a tradicional Festa da Santa Cruz com hasteamento de bandeira, leilão, lanche e dança de Moçambique. Cornélio Pires disse com respeito a essa festa que era a mais caipira das Festas rurais de São Paulo. E esta lá... Esquecida.
A Capela de São Roque só existe ruinas e a cruz de ferro que ainda estava lá na ultima vez que passei em frente...
Elas trazem na memoria, coisas que não vivi. Elas me fazem pensar nas festas, nos terreiros, nas danças, nos jogos...
As pequenas capelinhas...



quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Capela da Santa Cruz do Sr. Zéquinha - São José dos Campos


Uma Capela da Santa Cruz que resiste à modernidade. Tudo graças à devoção do Sr. Zéquinha, morador do bairro Pinheirinho do Urbanova. Ele cultiva a tradição que herdou de seu pai e de seu avô de realizar em todo o dia 3 de Maio a Festa da Santa Cruz. 

A Festa da Santa Cruz do Sr. Zéquinha tem reza, levantamento de mastro, leilão e café


O altar e as 3 Cruzes enfeitadas para a Festa da Santa Cruz há mais de 90 anos pela familia do Sr. Zéquinha e sua esposa. 


Uma Companhia de Moçambique é chamada para saldar a bandeira e São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. 

obs : (Se voce tiver alguma historia ou "causo" sobre esse assunto, por favor, conte para mim !)

A Festa da Santa Cruz do Seu Zéquinha - Pinheirinho do Urbanova - 2012 ( Antiga Capela de Nhô Carmo)

Tradicionalmente a Festa da Santa Cruz é realizada no dia 3 de maio, porem neste ano a Festa da Santa Cruz no Pinheirinho da Urbanova estava marcada para o dia 20 de maio as 13h00min horas.
No passado esta Capela era conhecida como a Capela de Nhô Carmo, o capelão.
Era um domingo e aguardávamos ansiosos a chegada da   “Companhia de Moçambique do Bom Retiro”, pois no mesmo dia estava sendo realizada outra festa da Santa Cruz no Bairro do Bom Retiro onde a Companhia dança anualmente.
Quando cheguei ao local os “convidados” ainda não haviam chegado e na frente da Capela tudo estava muito quieto e parado.
Na rua somente os moradores locais e os integrantes de uma “caminhada ecológica”. 
Todos passavam “ao largo” e olhavam para a movimentação com curiosidade e espanto. Fiquei curiosa com o que pensavam ao ver a Capelinha assim enfeitada no meio do caminho que normalmente passavam e nunca haviam observado.
A porta da pequena Capela ainda estava fechada.
O terreno havia sido varrido e enfeitado com bandeirinhas coloridas de papel de seda.
Para pendurar as bandeirinhas Seu Zéquinha fincou no chão alguns bambus bem altos e com eles fez um grande varal quadrado onde amarrou muitas bandeirinhas.
Na frente da Capela do lado direito o Sr. Zéquinha já havia deixado pronta um cova para “chantar” o “mastro da Santa Cruz”.  
O mastro confeccionado pelo próprio Seu Zéquinha foi feito de uma tora de eucalipto e foi pintado com fundo branco e varias faixas de três centímetros coloridas nas cores: vermelho, azul, preto e amarelo.  O mastro estava apoiado sobre o telhado da Capela.
 A "bandeira” que seria colocada no mastro estava guardada dentro da casa do seu Zequinha.
Dentro da casa a função já começara há algum tempo.
A esposa do Seu Zéquinha juntamente com amigas e parentes  trabalhavam na cozinha esquentando a água para o café e preparavam o “o pão com manteiga” que seria oferecido aos convidados.
Todos ficaram muito contentes quando exatamente às 14 horas chegou uma “Van”.
Junto com a “Van” chegou uma Kombi e com ela os parentes do seu Zéquinha.  De dentro da Van saíram os integrantes da Companhia de Moçambique vestidos de branco, cada um com seus instrumentos.
Dirigiram-se para a varanda da casa do seu Zéquinha, onde começaram a afinar os instrumentos e terminaram de se vestir colocando os acessórios.
De lá saíram com faixas transversais de cetim vermelho/ azul / verde, cruzando o peito. Um deles trajava o tradicional “rebuço”- uma pala vermelha com debrum de amarelo por sobre os ombros. Alguns tinham os “paiás"(1) amarrados ao tornozelo.
Soube posteriormente que eles estão tendo dificuldade para encontrar os tradicionais “paiás de bronze” que tanto gostam.
As cores das faixas também tem um significado especial: as faixas azuis são para Nossa Senhora do Rosário e as faixas vermelhas para São Benedito.
 Para esta apresentação se juntaram os integrantes de duas companhias de Moçambique:
- Cia de “Moçambique do Bom Retiro” que tem como Mestre o Sr. Amadeo, e a
- Cia de Moçambique Mini Grupo do Vale, que tem como Mestre o Senhor Roxinho
Eles tem tido dificuldade em completar as “matrizes” (2).
 Para a festa da Santa Cruz estão em três pares de homens de várias idades e duas meninas (entre 10 e12 anos) que estão começando a aprender a dança e estavam vestidas com roupas comuns.
 A parte musical é formada por um acordeom, um tarô maior, um menor e uma viola.
Alguns dos integrantes que consegui anotar o nome: Dimas do Novo Horizonte, Amadeo (N. Horizonte), Benedito Nunes dos Santos (Bom Retiro), Benedito Adão da Silva (Putim), Rivelino Gomes dos Santos (Bairrinho), Francisco da Silva Miranda.
Assim que a Cia de Moçambique se dirigiu para frente da Capela abriram porta Capela e duas senhoras pegaram de dentro da Capela as bandeiras de N.Sra do Rosário da e de São Benedito.
Elas se postaram cada uma de um lado da porta segurando as bandeiras. A imagem dos Santos ficou escondida pelas centenas de fitas de cetim penduradas nelas. Essas fitas de cetim são penduradas pelos devotos para agradecer uma graça alcançada.
Os músicos se posicionam a esquerda da Capela e os outros integrantes de par em par, um em frente ao outro. Se preparam para o começo da dança.
Fogos são estourados para avisar os devotos que a “Festa da Santa Cruz” vai começar.
A origem de se estourar os fogos é controversa. Alguns dizem que é para avisar os devotos e outros dizem que os fogos são para espantar os maus espíritos que por acaso estejam no local.
O público é constituído de umas 50 pessoas que em sua maioria são parentes do seu Zéquinha que vieram de Caçapava para a festa.
O Sanfoneiro vai esquentando o acordeom cantando “Saudades de Matão” de Jorge Galati (3) enquanto a Companhia se organiza em frente à Capela.
Reunidos e posicionados em frente à capela eles rezam o “Pai Nosso” e a “Ave Maria” e Mestre Amadeo faz um agradecimento a todos os presentes - inclusive para a equipe que registrava o evento
Após a oração se ouve se a toada pelo Mestre Amadeo.
“Vai com Deus.
 E a Virgem Maria.
Valei, valei N. Senhora Do Rosário,
Ai Meu Senhor”,

A dança tem inicio com as batidas ritmadas e compassadas dos bastões.
Anotei algumas trovas que eles cantam enquanto dançam:


“Comecemos nossos votos
Comecemos nesta hora,
Só Deus para adorar.
A Deus e Nossa Senhora

“Lá do céu caiu um cravo
Um dos anjos apanhou
Caiu uma centelha
Nos pés de Nosso Senhor”.

“A lua vem surgindo,
 Por detrás da mata,
 A lua vem clareando bandeira de prata.
Bandeira de prata
Bastão de marfim
Eu peço pra Deus
Que olhe por mim.”.

“Meu São Benedito,
É da cor morena,
Ele sai pro sol,
E volta pro sereno”.

Cada verso cantado acompanha um determinado dançado e manejo de bastão. Entre uma trova e outra sempre cantam a pequena toada que é uma invocação:

“Vai com Deus...
Vai com Deus e Maria!
Valei, valei N. Senhora Do Rosário
Ai Meu Senhor

“Pingô, pingô, estrelinha no chão,
“Pingô, Pingô, estrelinha no chão”.

“São João Batista,
Batista João,
Batizou Jesus,
No rio de Jordão

“O ponto do giro nós vamos girar,
 De 4 em 4 no mesmo lugar”

“O Caminho da nossa vida é difícil de atravessar,
Com fé em Nossa Senhora,
Ninguém nos prejudicá ”

Dançam e batem os bastões ora de dois em dois, ora de quatro em quatro mudando a coreografia conforme a trova cantada. Um dos bailados lembra o jogo da amarelinha.
Em determinados momentos formam um circulo até que convidam os devotos para irem beijar as bandeiras:

“Nos vamos beijar bandeira,
Oi Nós vamos beijar bandeira
O meu rei São Benedito,
Ó  Senhora da Padroeira”

Então os Moçambiqueiros se dirigem aos pares até as bandeiras de S. Benedito e N. Senhora do Rosário e beijam as bandeiras.

Logo em seguida os fieis também fazem uma fila e vão todos beijar a bandeira.

Esse é o ponto alto da festa. A Companhia para de tocar e o  Sr. Zéquinha vem com a Bandeira da Santa Cruz e com fogos de artificio pipocando a “Bandeira da Santa Cruz” é levantada! Os fogos de artificio continuam a pipocar no céu saudando a Santa Cruz.

Após o levantamento do mastro todos são convidados a partilharem do lanche oferecido pelo Sr. Zéquinha. (4).
Apos o lanche dá se o leilão com as prendas que os amigos trouxeram.
Após o leilão a companhia se reune novamente para se despedir. 
No ano de 2012 não pude ficar para o leilão, mas em 2013 presenciei o leilão. 
A festa terminou e já era noite. Ver a pequena capela, com suas velas acesas cheia de gente deu uma sensação de nostalgia... Um tempo que não existe mais... Parecíamos fora deste mundo. O rio Paraíba corria há poucos metros e me pensei em quantas festas como essa ele já terá visto... Quantas ainda vera?

(1)  Paiás – Tornozeleiras de guizos
(2)  Matrizes: segundo o Mestre Roxinho uma matriz deve ser composta por 4 dançarinos para que se possa dançar o Moçambique.
(3) Jorge Galatti - Compositor nascido na Itália em 1885 e falecido em 1968. Veio para o Brasil em 1900 com 5 anos de idade fixando residência em Araraquara SP. Fez seus estudos de musica em São José do Rio Pardo. Em 1904 compôs a obra que o tornou mais celebre, uma valsa: “Saudades do Matão” batizando a como Francana.
(4) Não existem bebidas alcoólicas servidas nesta festa. O Clima é extremamente familiar. Soube que muitos devotos deixaram de celebrar a Festa da Santa Cruz, pois distribuíam bebidas alcóolicas e isto gerava confusão e briga nas festas.

Seu Zéquinha e sua Capela da Santa Cruz 


A Companhia de Moçambique chegou em uma Van




 


Os paiás amarrados no tornozelos

O caminho da nossa vida é dificil de atravessar. 

Bela, a esposa do Seu Zequinha fica responsavel pelo lanche servido aos devotos e visitantes

Agora é a hora de beijar as bandeiras escondidas pelas fitas 


Viva a Santa Cruz 

O rio Paraiba ali pertinho.


Mestre Roxinho, Dimas e o Sanfoneiro 

Cai a noite e o altar da capelinha iluminado alegra o lugar

A Cruz do Fidalgo - Lagoa Santa - MG


Uma cruz de madeira, solitária, no meio do pasto, pode contar os primórdios da historia das "Minas Gerais". Na historia que ela guarda tem aventura, amizade, traição e morte.  Assim, abandonada, somente a tradição popular e o empenho dos moradores mantem a memória do local e sua história:

Conta a nossa história que Borba Gato um dos nossos mais famosos bandeirantes, matou o Fidalgo D. Rodrigo por causa das "esmeraldas" encontradas pelo seu sogro Fernão Dias.

Segundo a tradição, no local onde o Fidalgo Dom Rodrigo morreu, foi colocada esta cruz para marcar o local da tragédia.

 Para localiza lá você terá de conhecer alguém no "Sangradouro" - Distrito da Lapinha - Lagoa Santa - MG para te mostrar o local exato.  .

Na região diversas festas são realizadas  e o "Candombe" e o  "Congado" são uma das  manifestações mais expressivas do município tendo sua origem na antiga Fazenda do Fidalgo e Capela de Santana, esta construída nas primeiras décadas do século XVIII. 

"Segundo as anotações e reflexões do Capitão David Alves acerca da origem e continuidade do candombe da Lapinha, a partir das informações que ele colheu com “Dona Patrocina”, candombeira e matriarca da comunidade, o Candombe, tambu maior (Santana), tem aproximadamente 250 anos, pertencente à senzala da fazenda do Fidalgo, hoje município de Lagoa Santa”(1).


O Canto abaixo é um dos cantos do Capitão do Candombe da Comunidade do Fidalgo (2)

Canto 38

Deus vos salve santa cruz
 Que estais no campo aberto (Bis)
Consolais as nossa alma
Confirmais a nossa fé (Bis)

Ê, ê, ê Ô, ô, ô







Capela de Santana - Fazenda do Fidalgo 



1)(1) Texto retirado da tese apresentada ao programa de pós-graduaçao em Letras de Ridalvo Felix de Araujo - Candombe Mineiro. 
(  (2) Canto 38, proferido pelo Capitão do Candombe da Comunidade do Fidalgo João Nestor da Fonseca, durante o ritual de abertura do Candombe da Lapinha. Nesse último verso "consolais as nossa alma", reflete a prática comum de se realizar nas linguas bantus o plural dos nomes somente por meio do prefixos.

domingo, 3 de junho de 2018

Capela da Santa Cruz - Eugenio de Melo

A Capela da Santa Cruz em Eugenio de Melo teve sua construção originaria no surto de varíola que acometeu a regi9ão na primeira década do século XX.
No terreno doado por Benedita Frade foi construída a primeira Capela da Santa Cruz para velar os corpos daqueles que morriam de doenças contagiosas.

Primeiramente ela era de taipa de pilão. Posteriormente a construíram de alvenaria.

Quando o surto passou, as pessoas da cidade começaram a comemorar no local a Festa da Santa Cruz.

Com a construção do velório Municipal ao lado da Capela, os devotos pararam de realizar a festa, pois segundo eles não podiam comemorar a festa da Santa Cruz enquanto outros velavam um parente.

Há poucos anos, alguns moradores introduziram a Festa do Divino na cidade, depois de terem visitado a Festa do Divino em São Luís do Paraitinga e o local escolhido para o "Império" é a antiga Capelinha da Santa Cruz. 




segunda-feira, 19 de março de 2018

Capela da Santa Cruz da Néa - Centro de São José dos Campos


Esta Capela da Santa Cruz assim pequena esta bem no centro de São José dos Campos. 
Ela esta situada no percurso da antiga linha de trem.
A linha foi desativada devido a inúmeros acidentes que ocorreram no local. Um deles ocorrido na década de 1920 "semeou" diversas capelas e cruzes no trajeto, mas apesar de estar perto da antiga linha a sua origem não foi esta.
"Quem construiu a primeira capela ali foi meu avô e vó: Antônio Galdino dos Santos Filho e Maria Eugênia da Conceição. Meu avô era irmão santíssimo, hoje chamado ministro da comunhão. Morava no bairro "Mato Dentro" e "Bairrinho".  Com a construção do CTA ele vendeu sua propriedade e foi trabalhar lá. Por isso levou a capela. Foi construída lá em cima, em frente da casa. Depois minha vó pediu para mudar aonde se encontra hoje.”.
Néa é a atual zeladora e com carinho comemora a "Reza da Santa Cruz" sempre que pode.
Faz a reza e um lanche para a família e devotos que lá estão:

“A Santa Cruz que a gente tem lá... 
A madeira que esta na nossa capela foi achada pelo bisavô da minha madrinha.
Agora, ela esta assim com cupim pegando tudo. 
Mas tá lá...

Pus ela mesmo”

domingo, 4 de março de 2018

Santa Cruz da Monção – Taubaté – SP



Santa Cruz da Monção - Taubaté - SP -  Foto em outuro de 2017 


Patrimônio históricos de Taubaté   Construída em Maio de 1844.

Localiza se no Bairro Monção sendo este Bairro um dos mais antigos da cidade e foi ponto de encontro dos desbravadores Bandeirantes em busca do ouro no interior do Brasil.
Atualmente encontra se sob os cuidados dos Vicentinos.
No passado comemorava a Festa da Santa Cruz no dia 3/05 porem atualmente a festa se realiza no dia 14 de setembro, dia da Exaltação da Santa Cruz.

A primeira foto é como ela se encontrava em outubro de 2017. Pintada e bem cuidada.  foi feita em julho de 2012 e ela se encontrava abandonada. 




Santa Cruz da Monção - Taubaté - SP
Foto em julho 2012 










sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Capelas da Santa Cruz no Caminho

Foto: Calixto de Inhamuns


"Comunidades rurais foram constituidas proximas as capelas que funcionavam como local de convergencia dos habitantes espalhados na extensa área agricola" (1)

"Fato que caracteriozu o comportamento dos fieis na Villa de São José da Capitania de SP era a constancia das mulheres ocjuare
pm o corpo da igreja, enquanto os homens situavam-se nos adros, tratando de negocios ou cproximaonversando qualquer assunto alheio a missa..." (2)


1 - Livro - Capelas Rurais de Jacarei - Nubia dos Santos Macedo - SJCampos - 1998 - Univap
2 - Notas sobre a arquitetura tradicional de São Paulo - Carlos Lemos - pag 12

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Capelas da Santa Cruz



Herança que os jesuítas deixaram  no Brasil na sua missão de catequizar os índios as Capelas da Santa Cruz estão espalhadas principalmente em São Paulo e Minas Gerais.
 É símbolo concreto da devoção popular na “Santa Cruz”, ou “Vera Cruz".
A maioria dos devotos  desconhecem sua origem, mas continuam mantendo a tradição e comemoram a Festa da Santa Cruz pois foi assim que seus pais lhe ensinaram.
No dia 3 de maio em frente a algumas dessas Capelas é realizada a "Festa da Santa Cruz". 
Na sua maioria são festas familiares onde se reúnem  para rezar, dançar e honrar a "Santa Cruz".


Capela Santa Terezinha



A primeira vista esta Capela parece uma construção nova que ainda não está concluida, porém reparando mais um pouco, no telhado, ao lado do telhado de zinco,  voce verá uma tipica "Capela da Santa Cruz" que está sendo aumentada e remodelada. Centenas de atuais Igrejas de hoje foram no passado uma pequena "Capela da Santa Cruz".











obs : (Se voce tiver alguma historia ou "causo" sobre esse assunto, por favor, conte para mim !)


Pequeno Relato de Saint Hilaire


"Uma cruz de madeira indica o limite entre a capitania de Minas e a de S. Paulo".
 (p.136)( 1822 - Saint Hilaire)

Capela da Santa Cruz no Caetê - Antiga

Capela da Santa Cruz do Caetê (Antiga), também na estrada de Monteiro Lobato. 
Está situada quase em frente à Fazenda Caetê. Um morador vizinho informou que o "proprietário" estava querendo derrubar a pequena Capela.
Seu estado representa a situação das Capelas da Santa Cruz na nossa região: semiabandonadas.
Segundo a tradição local não se deve descartar objetos sagrados em lugares profanos e por esse motivo as Capelas da Santa Cruz se tornaram o local ideal para o descarte dessas imagens quando quebradas.
Também os novos convertidos a "crença evangélica" não ficam seguros de abandonar suas imagens no lixo e acabam depositando-as nestas Capelas. 
Conversando com um "pai de santo" ele me disse que as Capelas da Santa Cruz também podem ser usadas para fazerem seus "despachos" e que não se deve tocar, nem levar nada que pertença a essas Capelas para casa sem corrermos o risco de ficarmos com um "encosto".

Durante a pesquisa me informaram que este terreno, atualmente, pertenceria a Prefeitura Municipal e que projetam um conjunto habitacional nele. Outros porem informaram que o terreno na verdade pertence a um particular

















obs : Em maio de 2015 retornei para ver o estado desta Capelinha. Colhi um relato sobre a Capela que em breve estara no blog.